Alagoas

Alagoas: A criatividade ressignifica tradições

A cultura alagoana inventa estilos, rompe limites e produz novos valores para a sua marca de origem.


Alagoas: mar azul, sombra de palmeira, água de coco fresca e muita arte.

O Estado de Alagoas é um dos mais antigos do Brasil e um dos primeiros a ser descoberto pelos portugueses, pelos holandeses e pelos franceses. A beleza de sua natureza sempre seduziu viajantes e, atualmente, Alagoas faz parte do roteiro dos prazeres do mundo.

Palco dos episódios estruturantes de nossa história, Alagoas foi a terra dos quilombos (aldeias que abrigavam escravos fugitivos) e quilombolas, e o cenário de muitas lutas, até se tornar independente e conhecido tradicionalmente pela produção do açúcar. Hoje, a cultura alagoana conquistou um lugar de destaque no elenco das riquezas do nordeste brasileiro. As diferentes influências fizeram desse pequeno estado o guardião de parte da nossa história, revelada tanto na arquitetura de seu casario como na ousadia criativa de seu artesanato.

Saberes e Fazeres

Artesanato de Alagoas: conheça melhor cada um deles!

O artesanato é uma importante expressão da cultura de um povo. A liberdade criativa é o motor da cultura alagoana. Em Alagoas, mais de 10 mil artistas criam com as suas mãos bens culturais. Utilizando os materiais que a natureza de seu território lhes oferece produzem arte, resgatam memórias e geram identidade.

O artesanato de Alagoas viabiliza a vida de milhares de famílias, cria oportunidade de trabalho na região e gera renda para as suas comunidades. Alagoas tornou-se uma marca de artesanato valorizada e tem encantado o mundo contemporâneo com a criação de um repertório inventivo, diversificado e atual.

Com os fios se criam maravilhas coloridas como o filé, a renda de bilro, as barras de redendê das toalhas, os caminhos de mesa de patchwork e os delicados bordados que utilizam a técnica conhecida como ‘boa noite’.

O nome filé vem do francês “filet”, que quer dizer rede e, de fato, é um bordado sobre uma rede de fios. É sobre a rede que as mulheres tecem a própria sobrevivência com fios coloridos e muita paciência. Depois de confeccionar as redes, elas as esticam em um tear de madeira para que se inicie o bordado com diferentes sequências de pontos e cores, que possibilitam variações diversas.

A marca do filé alagoano é composta pelas cores vibrantes, que refletem a tropicalidade presente nas casas, nos barcos e nos figurinos das manifestações folclóricas regionais, como o maracatu, o coco e o guerreiro. O bordado de filé é tão importante para o Estado que é registrado como Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas, ou seja, é uma tradição carregada de ancestralidade.

Uma Alagoas que faz moda contemporânea

Retirado do gado ou de pescados, como a tilápia, o couro, com as mãos habilidosas de nossos artesãos, o material se transforma em charmosíssimos sapatos, bolsas, sandálias e chapéus. Objetos de desejo dos consumidores da moda e do design contemporâneo as novas coleções de sandálias de couro conquistaram um lugar de destaque nas produções.

Doze marcas da moda alagoana apresentaram as criações do artesanato por meio da construção de diferentes estilos e looks no prestigiado Minas Trend. A atualidade da produção chamou a atenção de toda a imprensa e dos compradores. Com um desfile que transborda cultura e paixão pelo Estado, as 12 marcas conseguiram retratar ao público do Minas Trend a riqueza da cultura alagoana.

Ilha do Ferro: tradição cercada de ousadia por todos os lados

A Ilha do Ferro é um pequeno vilarejo banhado pelo Rio São Francisco no sertão alagoano. Fica a 18 quilômetros do município de Pão de Açúcar e geralmente é acessado por barco. O cenário à beira-rio parece ter saído de um filme. Ainda há carros de boi, crianças brincando na rua, lavadeiras lavando suas roupas no São Francisco, artistas entalhando a madeira e as mulheres que bordam sentadas na calçada.

Além do bordado, o povoado é conhecido por seus artistas populares, que tem ganhado notoriedade por conta do rico trabalho de entalhe de galhos de madeira para produção de móveis e esculturas.

Quem passeia pelas ruas da Ilha do Ferro, povoado de Pão de Açúcar, respira cultura e vivência, a mistura original entre os saberes tradicionais do artesanato e as ousadias artísticas dos trabalhos de mestres reconhecidos internacionalmente.

A produção tem ampliado os limites dos sentidos da arte popular. A galinha criada pelo mestre Jailton, artesão da Ilha do Ferro, expressa os deslocamentos permitidos pelo ambiente do humor contemporâneo.

Os objetos decorativos, assim como os bancos e as cadeiras, criados por esses artistas conquistaram lugar de destaque nas mais sofisticadas galerias e lojas de design.

 

Alagoas: Modos de viver, criar e produzir

Mestre Valdir Lessa

Os móveis de autoria de Mestre Valdir Lessa promovem experiências artísticas nos espaços cotidianos.

O impulso criativo de Valdir e outros artistas do povoado é a matéria prima, “madeira que pegam no mato”, na caatinga elas são muitas: “Raiz de pau, mas tem também a madeira que a gente pega do rio (São Francisco), debaixo d’água.

Celebrada pelas majestosas águas do Velho Chico, a Ilha do Ferro é um lugar singular. Onde o tempo pertence a uma outra métrica e a natureza provoca a criatividade desses artistas. A caatinga, mesmo em seu caráter árido e severo, forja indivíduos doces e sensíveis. Plenos em suas identidades particulares e integrados à cultura de seu território.

Alagoas: Modos de viver, criar e produzir

Mestre Vieira

O mestre Vieira é mais um dos artistas escultores da Ilha do Ferro mais destacados da atualidade e ao longo de sua carreira conseguiu imprimir uma marca própria nas suas obras.

Vieira retrata na madeira, sempre pintada com tinta a óleo e cores quentes, barcos, animais, seres imaginários, homens e mulheres. A inspiração para o trabalho vem da própria região onde vive. A Ilha do Ferro é povoada, como tantas outras comunidades ribeirinhas, de costumes e lendas que fazem parte da obra de muitos artistas que ali vivem.

O artista tem obras em diversas galerias de arte espalhadas pelo país, como também em coleções particulares. Em 2012 suas obras foram expostas no Museu Théo Brandão em Maceió-AL dentro da exposição “Madeiras e reinvenções dos mestres Valmir e Vieira”.

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