Os mestres artesãos da Bahia são verdadeiros guardiões das tradições culturais que datam de séculos atrás. Com habilidades transmitidas de geração em geração, esses mestres dedicam suas vidas a transformar materiais simples em verdadeiras obras-primas. Com o uso de técnicas ancestrais e muita criatividade, eles moldam cerâmica, madeira, tecidos e outros materiais em esculturas, joias, objetos de decoração e muito mais.

Ao longo deste conteúdo, você descobrirá como esses mestres artesãos incorporam elementos da cultura afro-brasileira, indígena e europeia em suas criações, tornando cada peça uma celebração da rica herança cultural da Bahia.

Um toque da mestra Sônia Costa

ceramista Sonia Costa se formou em Educação Artística na Universidade Católica de Salvador e se encantou com o universo da cerâmica, a partir de um curso que fez pela Escola Aliança Francesa. Depois disso, buscou na Universidade disciplinas voltadas para a técnica e passou a explorar o universo da escultura. Começou fazendo figuras humanas e mais tarde, inspirada na dançarina e modelo Valéria Valenssa passou a moldar figuras negras. A sua mãe é também importante inspiração para a sua criação

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Artesã Sônia Costa.

Cerâmica Japonesa com o mestre Manoel Messias

O mestre Manoel Messias é ceramista e mescla em suas peças o universo afro-brasileiro e técnicas tradicionais da cerâmica japonesa, criando tanto objetos utilitários quanto peças escultóricas.

Nasceu em Sergipe, em 2 de março de 1950, e sua família mudou-se para Salvador quatro anos depois. Cresceu entre os bairros da Liberdade e da Lapinha, vivendo a cultura negra, as festas da Independência da Bahia e seus caboclos, os presépios e tantas manifestações populares. Foram os presépios, na infância, que lhe despertaram o desejo de modelar as primeiras peças no barro.

Suas esculturas representam a cultura brasileira de raízes africanas, principalmente nas máscaras, uma das marcas de seu trabalho. Seus objetos utilitários se inspiram nas formas das cabaças e na cultura afro misturadas a técnicas de decoração e vidrados aprendidas com ceramistas de origem japonesa com os quais conviveu em São Paulo.

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Mestre Manoel Messias – (Foto-Ricardo Prado).

A delicada cerâmica do mestre Reginaldo Xavier

Reginaldo Xavier é mestre na arte da cerâmica. Amante da beleza, sua vida é dedicada à criação de esculturas cheias de delicadeza, como bustos femininos, santos, sereias, pratos, caixas, maçãs e outras figuras suavemente coloridas.

Nascido em 13 de maio de 1960 em Nazaré das Farinhas, onde acontece anualmente a tradicional Feira dos Caxixis, teve sua primeira experiência modelando o barro para fazer um presépio, a pedido de uma tia. Como já cursava pedagogia na época, usou do mesmo barro para experimentar uma criação mais artística, que apresentou aos seus colegas na universidade.

Foi daí que surgiu a indicação de participar das Oficinas de Expressão em Série, do Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, onde se apaixonou definitivamente pela cerâmica.

Desde então, vive da sua produção cerâmica: trabalhou em ateliês de amigos e no seu próprio, foi professor do Instituto Mauá, onde formou muitos ceramistas, e hoje produz as suas peças num ateliê em Igatu, na Chapada Diamantina. Seus trabalhos estão espalhados em cidades como Nova Iorque e Paris, além de todo o Brasil.

Um dos seus trabalhos mais marcantes são as Negras, bustos de mulheres que ostentam belos penteados afros, inspirados na afirmação do cabelo crespo das mulheres que via em Salvador na juventude e que, para ele, eram lindas esculturas.

Artesão Reginaldo Xavier
Artesão Reginaldo Xavier.

 

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