O seu universo envolve música, dança, luta, poesia, figurino, culinária, joalheria e muitos saberes do fazer artesanal de diferentes tradições.
A produção cultural do Estado da Bahia construiu um repertório que se atualiza a cada nova geração, segue sintetizando novas poéticas e com uma maestria alquímica inventa o seu tempero “à baiana”, a marca inconfundível da força de uma identidade original.
A sensibilidade cosmopolita de Hector Julio Páride Bernadó, o Carybé, artista de origem italiana, o fez perceber o sentido especial da cultura baiana e eternizar em sua arte a poesia desse modo de viver.
O espetáculo da fé na Bahia não é para iniciados, nem exclusivo aos religiosos. A beleza das diferentes expressões é oferecida para todas as sensibilidades humanas.
A experiência se potencializa em todos os templos religiosos da Bahia, sejam nas luxuosas igrejas barrocas, adornadas com ouro, como nos terreiros e casas de santo das religiões de matrizes africanas.
Enebriado com incenso e música, o olhar busca acompanhar o movimento dos volumes decorativos, os entrelaçamentos das formas escultóricas e o brilho aurático dos materiais. A fé baiana sustenta a vida em sua dinâmica cotidiana, extrapola os limites do sagrado das religiões, tocando a própria espiritualidade.
Na Bahia, a fé inclui a vida em sua plenitude sublime e a alegria faz parte desse milagre.
O ambiente religioso baiano investe todo o requinte de seus talentos e cuidados estéticos às diferentes manifestações de fé. Com o material mais comum o talento incomum da modelagem de barro faz arte maior. Os minuciosos detalhes e o movimento das volutas documentam tanto a maestria do artista como a influência europeia das dobras do barroco que, na Bahia, não excluem todas as formas do divino.
O artesanato da Bahia funciona como a ponte que liga os saberes ancestrais aos gostos, desejos e humores do nosso tempo.
A arte popular baiana incorpora ternura nas suas representações religiosas e constrói uma estética orientada pelo afeto e pela devoção